Vários países europeus estão a abrir as suas portas a trabalhadores estrangeiros numa variedade de indústrias, particularmente na construção, saúde, fábricas, agricultura, transportes e serviços, à medida que a situação do Covid-19 estabiliza e as restrições às viagens diminuem.
Alguns países europeus, incluindo a Roménia, chegaram a acordos bilaterais com o Ministro do Trabalho das Filipinas, para o envio de trabalhadores para os setores onde falta mão de obra. A Áustria, por exemplo, empregou 1000 enfermeiros/as e outros profissionais de áreas da medicina.
A Roménia conta já com 1,500 funcionários filipinos e, a cada semana, 20 novos trabalhadores preenchem vagas em fábricas, serviços de limpeza, transportes e indústria automóvel. Nos próximos meses, o setor do turismo, incluindo hotéis, resorts e restaurantes, planeiam contratar mão de obra das Filipinas.
Pela sua atitude positiva, experiência profissional, honestidade no trabalho e excelentes conhecimentos de inglês, os trabalhadores filipinos são preferidos pelos empregadores romenos.
Após a assinatura do Memorando de Entendimento entre as duas nações, a Roménia foi promovida como um local que fornece proteção, prosperidade e futuro aos trabalhadores filipinos. Eles virão juntar-se a outros trabalhadores que veem a Roménia como um local potencial para emprego, incluindo os trabalhadores do Nepal, Vietname e Índia.
Dado o contínuo declínio de mão de obra local no país, os empregadores romenos precisam de cada vez mais pessoal. Imensas empresas de vários ramos, incluindo hotelaria, imobiliário, construção, agricultura, serviços de saúde e transportes, reportaram um deficit de mão de obra na ordem dos 300,000 indivíduos. Infelizmente, a Roménia estabeleceu em 2022 uma quota de apenas 100,000 trabalhadores estrangeiros elegíveis, por ano, para autorizações de trabalho. Embora exista um número considerável de trabalhadores qualificados e não qualificados no sudoeste asiático, as agências de recrutamento têm um número limitado de vagas para trabalhadores de fora da UE.
Porque razão os trabalhadores filipinos procuram trabalho na Roménia?
Mais de 6 milhões de filipinos vivem atualmente além fronteiras, fazendo do seu país a 6ª nação com mais diáspora do mundo. São muitos os jovens inclinados a sair do país em busca de carreiras profissionais. Eles são considerados uma espécie de “heróis modernos”, pois dão um enorme contributo às suas famílias, enviando mensalmente grandes quantias de dinheiro.
Os fatores que influenciam os filipinos a trabalharem no estrangeiro são:
Oportunidades de emprego e desenvolvimento: Muitos filipinos tomaram a decisão de procurar trabalho no estrangeiro, de modo a obterem melhores oportunidades de emprego e de construírem carreiras mais estáveis. As Filipinas atravessam atualmente uma grande falta de oportunidades de trabalho para a mão de obra mais jovem e qualificada.
Benefícios económicos, melhores salários: As decisões dos filipinos de deixarem o seu país, são muito influenciadas por incentivos financeiros. Os salários podem ser o dobro daqueles a que estão habituados, mesmo para funções não qualificadas.
Muita procura de trabalhadores domésticos na Europa: Muitos países europeus têm preferência por contratar trabalhadores filipinos para as funções de amas, pessoal de limpeza, cuidadores pessoais, mas também para a indústria de serviços, onde deixam boas impressões.
Oportunidade de obter cidadania: Como se sabe, após vários anos de residência num país europeu, um imigrante pode obter a cidadania do país onde reside. No caso da Roménia, se um trabalhador estrangeiro viver durante 8 anos consecutivos no país, tem direito a solicitar a cidadania romena.